Honda Fan x Yamaha Facto?
Sem sombra de dúvida, são duas motocicletas feitas para o
dia a dia urbano, desde a superação de um trânsito conturbado à economia real
de comubustível. Foram desenvolvidas para o trabalho - mototaxistas, motoboys e
assemelhados -, mas servem muito bem para passear com tranquilidade.
Yamaha YBR Factor 125
Honda Fan 125
A Honda decidiu fabricar a Fan para concorrer com a rival Yamaha, que lançara a Factor 125, porque a CG 150 Titan, com freio a disco e partida elétrica, custa quase R$ 2 mil a mais que a Factor com partida elétrica. Em se tratando de um segmento onde os valores variam entre R$ 5 mil e R$ 6 mil (uma Titan completa custa 36% mais que a Factor básica), é uma boa diferença.
A Factor possui três versões: K, a mais básica, cusando cerca de R$ 5.000; a versão E, com partida elétrica, sai por cerca de por R$ 6.200; e a versão ED, com partida elétrica, freio a disco e roda de liga leve, sai por R$ 6.500. Na Fan, sua concorrente direta, são duas as versões: a versão básica KS, em torno de R$ 5.100 e ES, com partida elétrica, em torno dos R$ 5.600.
Detalhe do escapamento da Factor: mais moderno e mais bonito.
A tampa da caixa de ferramentas foi ignorado na Fan por uma questão de economia (do fabricante, claro). Diferente da Factor, não há nem mesmo um elástico para prender o saco de ferramentas que, somente jogado dentro do compartimento sem tampa, pode tornar-se uma fonte de ruídos em pouco tempo de uso. Na Fan, foi descartado também o acabamento da mesa inferior, nas bengalas sob o farol (onde vai a nomenclatura "HONDA"). Segundo a comissão técnica, que avaliou mais de 15 detalhes entre acabamento e funcionalidade - como o acionamento da torneira de combustível ou do afogador do carburador -, a conclusão foi: ou a Fan é muito cara, ou a Factor oferece muito mais pelo que custa. A diferença de R$ 300 aproximados a favor da Fan não justifica essa carência absurda de acessórios. É o que podemos chamar de "economia burra" (com todo o respeito ao fabricante, que parece não fazer o mesmo com o consumidor).
Outro grande problema encontrado na Fan: o modelo não oferece ajuste do freio dianteiro junto ao manete, somente próximo do tambor. Com se não bastasse isso, somado à falta do cavalete central (que atrapalha demais na hora de ajustar a corrente ou quando o usuário tem um baú como acessório) e a trava para o capacete, há ainda mais trabalho para esticar a corrente. A Factor precisa de três chaves: 17 mm, 19 mm e 12 mm. Na Fan, precisa-se de quatro: 17 e 22 mm para o eixo da roda, uma 10 e outra 12 mm para movimentar o esticador em si (na Factor a porca e a contra-porca usam a mesma ferramenta, 12 mm). Apesar de parecer exagero, detalhes assim fazem a diferença para quem usa a motocicleta no trabalho e cuida pessoalmente de sua manutenção.
Painel da Fan 125: sem marcador de combustível e sem conta-giros.
Painel da Factor 125: não tem conta-giros, mas indica quanto
ainda tem de combustível.
ainda tem de combustível.
Tecnicamente falando, há mais semelhanças do que diferenças. Tanto em potência e torque, quanto em transmissão, freios e chassis. O que as diferenciam são exatamente os detalhes. Desde o ano passado, a Fan passou a usar o mesmo propulsor da Titan, só que com 125 cc de cilindrada. Com isso, adotou o comando de válvulas no cabeçote, deixando de ser um pesadelo para a grande maioria dos usuários profissionais. O comando de válvulas no cabeçote é mais moderno e avançado que o sistema de acionamento por varetas. Com menor atrito interno, a arquitetura OHC foi adotada inclusive para ajudar na menor emissão de poluentes e para melhorar o consumo de gasolina.
No quesito consumo, às vezes, o que mais influencia na hora da compra, a Factor continua em vantagem (êêê, Honda, hein?). Com ambas nas mesmas condições, a Factor chegou à marca de 41,5 km/litro contra 34,5 km/litro da Fan. Isso se explica devido ao fato de a Fan trabalhar com o motor em giro mais alto, na mesma velocidade. De qualquer forma, são motocicletas extremamente econômicas, capazes de rodar mais de 100 km com pouco mais de R$ 5.
Cavalete central na Factor: ausência imperdoável na Fan.
Tabela de acessórios
CG YBR
Regulagem dos freios pior melhor
Apoio para mãos do garupa melhor pior
Trava de capacete ND de série
Ganchos para bagagem pior melhor
Painel pior melhor
Punhos pior melhor
Acionamento do afogador pior melhor
Acionamento da torneira melhor pior
Lampejador de farol ND de série
Pedaleiras traseiras pior melhor
Estojo de ferramentas pior melhor
Cavalete central ND de série
Trava de guidão pior melhor
Marcador de combustível ND de série
Fonte: Duas Rodas Online
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